segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A curiosidade quase matou o gato!




Tive uma experiência muito estressante certa vez com meu gato gorducho, que por ter a curiosidade intrínseca do bichano bem acentuada, ‘jampeou’ da janela do sétimo andar em um vôo curioso e sem escala lá para o térreo... Pobre coitado, a curiosidade quase matou o gato!!! Salve as radiografias, cirurgias e pinos externos na pata o fofão se saiu bem, sobreviveu e ainda foi mais mimado do que nunca.

Embora nunca tenha me disposto a aterrissar sete andares de encontro ao chão, tenho um lado muito felino no que diz respeito à curiosidade, claro que de uma maneira um pouco mais inteligente, mas lá está ele firme e forte me empurrando para algumas experiências que me disponho a arriscar. Nada muito arriscado diria...

Ultimamente o combustível que me arremessa nesse âmbito, tem sido a ansiedade. Ela é a culpada pela minha curiosidade que anda circulando pelo universo do açúcar, coisa que não me ocorre com facilidade, sou muito mais ligada a salgado. Mas eu explico. Nove meses de gestação, cano do marceneiro, do colocador do papel de parede, e de outros prestadores de serviço, que teimam em atrasar o quarto do baby, que por sua vez e certa conveniência teima em não querer sair (rs).

Dessa maneira, tudo que se resume a doce atrai minha curiosidade! Andei fazendo uma pesquisa em alguns livros, em blogs, e na net sobre panna cotta de chocolate. Panna cotta pour moi e chocolate pour le maridão, que afinal segura toda essa onda hormonal na maior boa vontade. Direito adquirido!!!



Encontrei muitas receitas, mas nenhuma que usasse os ingredientes que eu queria, não pelo menos todos ao mesmo tempo (rs). Todas que lia levava muita gelatina e eu gosto mais dela cremosa, durinha mas não a ponto de desenformar, as vezes a pedido a faço assim, mas para meu puro deleite, raciono na gelatina!

E assim foi feito. muito chocolate, consistência firme mas cremosa e sem calda, infelizmente não tive muita paciência, até queria arriscar uma calda de vinho branco reduzido com morangos, mas não foi desta vez! Coloquei em potinhos e ficou bem bonitinho, e meu marido xuxuzinho disse que estava muito bom - foi ele quem disse! Nada suspeito, não é vero?

Bueno, segue a receita:








Panna Cotta de Chocolate

1 litro de creme de leite fresco
30 gramas de cacau em pó meio amargo
160 gramas de chocolate ao leite
250 gramas de açúcar refinado
12 gramas de gelatina sem sabor (hidratada com 2 colheres de sopa de água e 10 segundos no microondas)
1 Pitada de noz moscada ralada na hora
1 colher de café de extrato de baunilha

Em uma panela coloque o creme de leite, o açúcar, a noz moscada, e o cacau em pó e leve no fogo médio até que ferva. Enquanto isso derreta o chocolate picadinho no microondas por 1 minuto, retire e mexa bem, se precisar volte ao micro e deixe mais um pouco.

Quando a mistura do creme de leite ferver, vá adicionando-a ao chocolate derretido, mexendo sempre. Por último coloque o extrato de baunilha e a gelatina já hidratada e derretida. Mexa tudo muuuuito bem e coloque em potinhos individuais.

OBS. Se for usar um único pote grande, use 20 gramas de gelatina, assim a consistência vai ficar mais uniforme.

Esta foi a curiosidade do findi. Desejo realizado!
Beijinhos
Dani

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Que seja infinito enquanto dure...




Sabe aquela notícia deliciosa de que um grande casal de amigos vai se casar? Mas digo amigos de verdade, que fizeram história juntos, que viram você chorar de tristeza e de alegria, que conhecem seus pais, irmãos e que já brincam com seus filhos? Pois é, é uma grande alegria!

Claro que o fato de reviver cada etapa da organização de tudo tal qual foi o nosso, as lembranças, os erros e acertos, preenchem nosso querido e saudoso ego, mas com certeza o principal motivo da festa é a alegria desses amigos tão especiais.

Lembro-me de no meu casamento, um desses amigos me dizer que iria beber todas em nossa homenagem, um outro que me intimou a tomar um porre no casamento dele para brindarmos juntos esse momento. Houve ainda um outro que bebeu tanto no seu próprio casamento que a noite de núpcias irremediavelmente foi adiada. rs

Embora mais contidas as noivas participam ativamente do porre do enfim marido, primeira das muitas forças que daremos a eles durante todo casamento.



Mas quando recebemos o convite, muitas vezes emocionados pois com ele vem um pedido para sermos padrinhos, sempre pensamos em algo especial, um mimo, algo que possa transcender o simples presente de casamento perdido em uma lista na loja, geralmente da preferência da noiva (claro!!!!!!!! rs). Dia desses recebi um e-mail que resolveu o problema. Meu e dos beberrões que ainda hão de se casar.

A loja Mickey, uma das minhas preferidas, lançou uma maneira de brindarmos aos noivos com grande estilo. Idéia ímpar (não, não levo jabá da loja), que agradará em cheio o fígado dos pombinhos, e nós ainda ganhamos a desculpa para ir beber na casa deles quando voltarem da lua de mel!



Trata-se de um Blue Label no qual podemos personalizar a garrafa com o nome dos noivos, não restando dúvida a que esponjas pertence o afago! Achei a idéia sensacional e pra lá de diferente. Fico devendo uma receita, mas fica uma dica de delicadeza para com os grandes e verdadeiros amigos.






Que a garrafa não seja imortal, posto que é cana, mas que seja infinito enquanto dure!

Ein Prost!!!

Beijinhos,

Dani

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Vai sobrar para mim!




Ontem, almocinho sem compromisso na casa de minha mãe com as irmãs reunidas. Refastelada no sofá com meu blaster barrigão, inocente, praticamente uma vítima! Eis que surge um assunto cheio de segundas intenções...

Minha irmã mais nova, negação assumida na cozinha, lembrou que daria um jantar na sexta feira e me perguntou como fazer uma carne no forno sem que ela esturrique, encolha e fique sem gosto. Posso garantir que, segundo experiências passadas, não exagerou. Ela e carne no forno não se comunicam!!!

Bom, dei uma receitinha básica, tipo um braseado, que pelo menos não tem como esturricar, encolhe pouco e se ficar sem sabor é só completar com o molho. Como acabou a receita? Sobrou para minha amável pessoa barriguda fazer o fundo para que ela tente a receita. Ah irmãs mais novas!!!



Não satisfeita com a história, deu seguimento a prosa, e eu querendo entender o rumo da mesma. Acabou onde se acaba o jantar: na sobremesa. Com a maior cara deslavada ela me diz que iria comprar qualquer coisa para depois do jantar. Sugeri qualquer doce que nem me lembro, quando como que por um impulso (previamente pensado, eu acho), ela pula do sofá e me pergunta: Você não está a fim de fazer uma pana cotta?

A barriga até tremeu, mas como é muito fácil de ser feito, não só concordei como sugeri uma calda de Mirtilo com redução de Merlot. Nesse momento pensei que o almoço não me fizera bem! Estava alucinando, mas enfim antes de me censurar a sugestão já havia saltado boca a fora. Ela amou a idéia, e quando me dei conta já ditava a lista para ela fazer a compra dos ingredientes! Pas de probleme!

Na verdade estava louca para provar esta calda e posso dizer que ficou muito boa! Desta vez a pana cotta não talhou e o merlot deu o toque chuchu de sua presença!

Segue a receita da calda



Calda de mirtilo em redução de Merlot

750 ml de vinho merlot (please, de boa procedência)
1 xícara de chá de açúcar refinado
300 g de mirtilos frescos (senão achar use o congelado)

Leve o vinho com o açúcar em fogo baixo e deixe reduzir até estar em ponto de calda (eu gosto de uma calda mais encorpada). Coloque os mirtilos, deixe no fogo por mais 5 minutos, desligue o fogo e tampe a panela. Deixe esfriar e sirva com a pana cotta.

Para mim essa calda pode ser utilizada de mil maneiras, realmente muito versátil!
Espero que gostem...
beijinhos
Dani

sábado, 10 de outubro de 2009

Exagerada, eu sou mesmo exagerada!




Geminiana com ascendente em escorpião, c’est moi! Não sei ao certo o que significa, mas dizem os entendidos que o exagero e a veia teatral consomem boa parte de minha persona. Aliás, opinião de quem não entende do babado também! Vixi!

Ok, culpada! Sou sim meio abusada e adoro as purpurinas de uma Drama Queen,  fazer o quê? Mas será que o exagero não está nos olhos de quem analisa a situação? Será que as pessoas não confundem excesso com exagero?



Aos meus olhos:

Excesso de amor = amor nunca é demais

Excesso de zelo = quando a gente ama é claro que a gente cuida (já dizia Caetano)

Excesso de loucura = felicidade

Excesso de peso = gostosura (ainda mais com 8 meses e meio de gestação)

Excesso de recheio = delícia

Já dizia o velho sábio, você pode ver o copo meio cheio ou meio vazio. Eu, exagerada por excelência, vejo sempre meio cheio... Ré confessíssima!

Claro que nem só de açúcar vive uma mãe que extrapola, não gosto nem um pouquinho quando esmago um de meus baixotes e acabo por ouvir um sonoro, “mãe, não exagera”. Exagero é aquela coisinha minúscula e deliciosa ao exagero, me dizendo até onde é permitido ir. Ele que espere a adolescência para entender, na acepção da palavra, o que significa essa expressão (rs)!



Mas enfim, todo esse rodeio para dizer que desejo de grávida também pode ser bem exagerado, ou seria uma inocente desculpa para, do nada, no meio da tarde ter aquela vontade despreocupada de comer um ‘pain au chocolat’ quentinho saindo do forno (rs)...

Qualquer uma das hipóteses são válidas desde que o recheio esteja cremoso e a massa folhada bem levinha com apenas um toque de açúcar de confeiteiro em sua casquinha. Como diria Zefinha, manto de Maria me cubra! Culpada de novo!



Corri para a cozinha, tratei de bolar um recheio e sabem no que que deu? Exagero! O recheio ficou muuuuuito bom, mas como toda boa exagerada foi um pouco demais, calculo que a metade já seria o suficiente. Claro que para o chocólatra do meu maridinho estará perfeito, mas até para mim passou um pouco da conta.



Vou passar a receita tal como fiz, quem se atrever a testar (e deveriam, sem falsa modéstia) pode dividir o recheio ou fazer duas receitas de massa.

Segue a receita:



Pain au Chocolat

1 folha de massa folhada de 300 g em temperatura ambiente (usei a arosa)

1 xícara de chá cacau em pó meio amargo (usei o dos frades)
½ xícara de chá de açúcar de confeiteiro
½ xícara de leite
80 g de chocolate escuro 60% de cacau picado bem pequeno

Misturei o cacau em pó, o açúcar e o leite e bati muito bem com o batedor de arame. A consistência fica parecendo de mousse molinho (para minha surpresa).

Desenrolei a lâmina de massa e BESUNTEI exageradamente, pois recheio nunca é demais, com o chocolate, joguei displicentemente os pedacinhos de meio amargo, enrolei a massa, fatiei em 6 petits pains, coloquei na assadeira forrada de papel manteiga e forno neles. Não passei ovo na massa porque a queria um tiquinho mais pálida.

Foram 25 minutos de forno pré aquecido à 200 graus. Quando os tirei, salpiquei suavemente, sem exagero (rs) o açúcar de confeiteiro. Voilà, “les pains au chocolat”.

Queridos, superlativos ou não, tenham um doce feriado!
Bijinhos,
Dani

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Eu quero é mais brincar, gostoso é ser criança...



Fada madrinha, vara de condão, esse meu coração sonhando acordado!

Foi a primeira música que me veio a lembrança! Como eu gostava dela, só perdia mesmo para o tão esperado dia das crianças! Mal dormia na véspera esperando o que seria feito do dia onde eu e minhas irmãs éramos a pauta... Engraçado como as coisas mudam, hoje que cresci vejo esse dia com outros olhos, bem mais consumistas do que naquele tempo "de magia onde a alegria vai entrar na dança" - Sorry, a melodia tomou conta dos pensamentos!



Hoje tento passar para meus baixinhos a mesma imagem que eu tinha da data, um dia diferente para passarmos juntos no qual eles, sem restrições, serão os astros da festa! Como se não fosse sempre assim (rs)!!! Mas pelo menos neste dia não preciso impor uma certa e inventiva autoridade - Veramente, desmoronada por um bico ou carinha de fofura!

Hoje, recebi um e-mail muito interessante, basicamente salgado no valor, mas como gastronomia também é foco (rs), para quem possa interessar segue a sugestão de um dia diferente...


Click na foto para aumentá-la

Brunch no Hyatt dia 11, domingão, com recreação e buffet completo! Acredito que possa ser bem interessante!

Divirtam-se com seus pequenos sempre lembrando que eles crescem tão rápido... Eu mesma já os proibi de crescer, mas não houve acordo, eles não perdoam e teimam em fazê-lo!
Beijinhos,
Dani

domingo, 4 de outubro de 2009

Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar...




Adoro como tem dias que a vida nos mostra de maneira escachada que somos meros joguetes em suas mãos. Para isso ela nos empresta um bom e generoso senso de humor.

Hoje pude ter certeza disso. Acordei, eu e meu barrigão de 8 meses de gestação, lépida e fagueira pois resolvi receber umas 10 pessoas para o almoço de sábado, me arrumei e ‘simbora’ para o mercado.



O menu foi resgatado do passado, lembro de ter feito esse prato pela última vez em 1993, um dos preferidos do meu pai e se resume basicamente em feijoada branca, couve e uma novidade que não se estendia aos tempos remotos – farofa de banana!

Ótimo! Lista de compras na mão (em cabeça de grávida não se confia), beijocas na filharada e supermercado lá vou eu. Logo de cara me deu um branco, esqueci repentinamente onde estava indo e parei não sei por que cargas d’água na papelaria... Isso, papelaria! Aproveitei o devaneio e comprei umas folhas que há muito precisava, mas que por ironia do destino nunca lembrava de parar por lá (rs).



Na sequência, entrando no mercado, uma senhora, tadinha, mais perdida do que eu, fechara a entrada com seu carro e gentilmente me dizia: Pode vir, pode vir! Eu atônita pensava comigo mesma: para onde raios! Mas calmamente respondia: não dá minha senhora, seu carro está fechando a entrada. A senhorinha, que com certeza é adepta de fortes emoções, acelerou o possante e subiu na calçada me dando passagem! Que perigo! Fiquei imaginado o que mais poderia ocorrer no trajeto da jovem senhora até seu destino final!



Já dentro da loja, tentei fazer as compras o mais rápido possível. Carregar a mega pança cansa. Quando terminei de pagar, lembrei que as orelhinhas do pobre porco estavam faltando (cabeça de grávida é uma beleza!). Mas com uma barriga do tamanho do mundo, todos os atendentes muito solícitos tentavam me ajudar.

Então, pude voltar e pegar a iguaria. Na volta aquela maledeta portinhola estava fechada, mas o caixa, muito simpático e cheio de boas intenções, sorridente dizia: pode passar por aqui senhora! lá fui eu. Portinhola quebrada – resultado – gestante entalada! Não ia pra frente e nem pra traz, mas nem pensar em largar as orelhas. O atendente, novamente muito esmerado dizia: senhora, pode deixar o pacote no balcão, depois passamos... Vergonha? Por que? Só porque todas as pessoas da fila me olhavam? Claro que sim!



Bom, daí para frente desandou o bolo. Parecia que tudo ia mal, o porco cozinhou demais, a panna cotta talhou, o feijão ficou pouco... Peraí seria sexta feira treze? Não dia 2! Bom, resolvi relaxar, respirar fundo e contar para as pessoas como foi meu dia e rir de mim mesma, afinal de contas se está ruim assim, não dá para ficar pior. Dito e feito, gelei o suíno para criar consistência, fiz mais feijão com a ajuda e paciência da Zefinha, e o flan de doce de leite que peguei no blog gourmandise, ficou um sucesso!

... No dia seguinte...

Realmente as carnes ficaram muito cozidas, passou o ponto messsssssmo. O feijão também, deu aquela desmilinguida, mas a couve e a farofa ficaram gostosas e a sobremesa de doce de leite – deleitável!

O que importa é que o gosto ficou ótimo! Todos embalados em risadas pelas histórias do dia anterior e um bom vinho português, se deliciaram e se divertiram a valer, inclusive eu, rindo das minhas próprias façanhas. E meu pai, claro, adorou o saudoso prato!

Segue a receita



Feijoada branca

Carnes:

1 kg de costelinha de porco

1 kg de pernil suíno

2 gomos de linguiça portuguesa

300 g de linguiça toscana

2 pés de porco partidos ao meio

1 pacote de orelhas de porco

1 cebola média

Tire o sal dos pés e das orelhas e os cozinhe na pressão. Cozinhe o restante das carnes com sal pimenta e cebola. Mas deixe um pouco durinhas, não totalmente cozidas. (aí que me lasquei!)

Feijão

3 kg de feijão branco

1 cebola grande

3 dentes de alhos bem picados

500 ml de vinho branco seco

1 concha do caldo do cozimento das carnes

1 colher de chá de alecrim bem piacdinho

1 colher de chá de pimenta do reino branca em grãos, amassadas e picadas bem pequenas

3 pimentinhas malaguetas defumadas bem picadinhas

óleo de girassol

sal a gosto

Cozinhe o feijão al dente (aí que me lasquei de novo). Reserve

Refogue a cebola e alho no óleo. Acrescente o vinho e deixe evaporar um pouco. Adicione o caldo das carnes, metade do alecrim as pimentas e deixe reduzir mais um pouco (uns 5 minutos).

Coloque as carnes, e deixe cozinhando por mais 5 minutos com a panela tampada e na sequência junte o feijão. Deixe cozinhar até que o feijão esteja bem macio. Desligue o fogo, acrescente o restante do alecrim e está pronto! Eu fiz um dia antes, e deixei na geladeira bem tampado para acentuar bem o gosto!

Bom queridos é isso, mesmo achando que a nossa senhora da boa comida estivesse em greve na sexta-feira, tudo deu certo no final! Que beleza!
beijinhos a todos,
Dani

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